Malditos ciclistas
Quem não tem vontade de matar aquele ciclista desajeitado que atrapalha nossas rodovias, avenidas, ruas e ruelas? Aquele cara todo arrogante que consegue ir e vir sem precisar de combustível fóssil, que nos humilha com sua saúde e destreza e, ainda por cima, é uma ameaça a nossa segurança e integridade física? Imagine ser atropelado por uma bicicleta ou, pior, ter o nosso carro, que ainda nem foi pago, arranhado por algum pedal de alumínio?
Isso sem falar naquelas buzinas infernais. Quem não fica quase surdo, irritado e deprimido com as buzinas das bicicletas? Somente a morte é o destino justo para os ciclistas! Ainda mais no Brasil. Nós, que aqui fazemos ciclovias perfeitas, espaços reservados, nós que promovemos outros tipos de transporte, que fazemos acessos, parques e os respeitamos tanto... Apesar de tanto amor, somos, cotidianamente, tratados de forma monstruosa, eles – os ciclistas – nos amedrontam e ameaçam.
Em Porto Alegre, um herói veio para nos salvar de uma vez por toda da praga dos ciclistas. O motorista acuado, humilhado, amedrontado, tomou uma atitude. Jogou seu frágil veículo por cima dos malditos ciclistas. Alguns somente se feriram, mas outros, felizmente, jamais voltarão a nos assustar. Nosso herói, além do ato glorioso, garantiu o bom exemplo ao seu filho que dividia com ele o veículo automotor ameaçado.
Diante do inimaginável, somente a ironia mais grotesca é possível. Inacreditável o fato que ocorreu na Cidade Baixa, em Porto Alegre. A capital do slogan de “um outro mundo é possível” marca, neste começo de 2011, o quanto é impossível mudarmos o comportamento.
Alega o infeliz motorista que ele teve medo de que os ciclistas atingissem seu carro, um Golf preto. O funcionário público do Banco Central é um infeliz sem sombra de dúvidas. Não só pela cretinice da sua atitude, mas, principalmente, por tentar amenizar a denúncia do seu ato. O que ele fez não é legítima defesa nem lesão grave. Chega de histórias como essas. É preciso, urgentemente, novas iniciativas e novas ações.
Em Florianópolis, todo dia, um novo espaço é asfaltado, sem qualquer cuidado em se garantir calçadas ou ciclovias. Agora, o trajeto até Canasvieiras será duplicado, irresponsavelmente, sem qualquer projeto de ciclovia na SC. A cidade que se orgulha de trazer o Iron Man não é capaz de pensar de forma inteligente. Além de termos que pagar alguns milhões para a empresa que duplicou a SC no sentido Norte da Ilha, não podemos, nem ao menos, pedalar de forma segura. Mas querer o quê? Afinal, elegemos BBBs, Tiriricas, jogadores de futebol e artistas globais. Enquanto o critério da nossa ação política for a ironia grotesca não podemos esperar nada diferente.
Isso sem falar naquelas buzinas infernais. Quem não fica quase surdo, irritado e deprimido com as buzinas das bicicletas? Somente a morte é o destino justo para os ciclistas! Ainda mais no Brasil. Nós, que aqui fazemos ciclovias perfeitas, espaços reservados, nós que promovemos outros tipos de transporte, que fazemos acessos, parques e os respeitamos tanto... Apesar de tanto amor, somos, cotidianamente, tratados de forma monstruosa, eles – os ciclistas – nos amedrontam e ameaçam.
Em Porto Alegre, um herói veio para nos salvar de uma vez por toda da praga dos ciclistas. O motorista acuado, humilhado, amedrontado, tomou uma atitude. Jogou seu frágil veículo por cima dos malditos ciclistas. Alguns somente se feriram, mas outros, felizmente, jamais voltarão a nos assustar. Nosso herói, além do ato glorioso, garantiu o bom exemplo ao seu filho que dividia com ele o veículo automotor ameaçado.
Diante do inimaginável, somente a ironia mais grotesca é possível. Inacreditável o fato que ocorreu na Cidade Baixa, em Porto Alegre. A capital do slogan de “um outro mundo é possível” marca, neste começo de 2011, o quanto é impossível mudarmos o comportamento.
Alega o infeliz motorista que ele teve medo de que os ciclistas atingissem seu carro, um Golf preto. O funcionário público do Banco Central é um infeliz sem sombra de dúvidas. Não só pela cretinice da sua atitude, mas, principalmente, por tentar amenizar a denúncia do seu ato. O que ele fez não é legítima defesa nem lesão grave. Chega de histórias como essas. É preciso, urgentemente, novas iniciativas e novas ações.
Em Florianópolis, todo dia, um novo espaço é asfaltado, sem qualquer cuidado em se garantir calçadas ou ciclovias. Agora, o trajeto até Canasvieiras será duplicado, irresponsavelmente, sem qualquer projeto de ciclovia na SC. A cidade que se orgulha de trazer o Iron Man não é capaz de pensar de forma inteligente. Além de termos que pagar alguns milhões para a empresa que duplicou a SC no sentido Norte da Ilha, não podemos, nem ao menos, pedalar de forma segura. Mas querer o quê? Afinal, elegemos BBBs, Tiriricas, jogadores de futebol e artistas globais. Enquanto o critério da nossa ação política for a ironia grotesca não podemos esperar nada diferente.
Autora: SAMANTHA BUGLIONE, BACHAREL E MESTRE EM DIREITO, DOUTORA EM CIÊNCIAS HUMANA
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